diário de sonhos do fim de fevereiro



Saiba o que tenho sonhado com esta postagem. 

O diário será atualizado semanalmente no mês de fevereiro de 2017. 

A maioria dos sonhos que estão aqui registrados são transcrições pouco adaptadas de áudios que gravo na cama, assim que acordo. Assim, o fluxo de ideias é confuso. Eu falo enquanto lembro, as memórias vêm desordenadas e o discurso oral, ainda muito influenciado pelo sono, é uma tentativa incipiente de colocar tudo em ordem. De qualquer maneira, (e talvez justamente por esse caráter de desordem e confusão onírico-mental) acredito que essas transcrições sejam mais proveitosas e interessantes do que os relatos descritivos que faço quando escrevo lúcido e bem disposto.

Os nomes são fictícios.


~ lun., 13 févr. 2017 ~ 

Eu via várias fotos de meninos com quem saí no rolo da câmera do meu celular. Eram fotos que pareciam ter sido tiradas com o instagram, porque os filtros eram característicos e havia nelas escritos. Eu sabia que os meninos eram dois porque as fotos pareciam se dividir em dois grupos: aquelas onde se lia a palavra "virgem" em rosa salmão e aquelas onde se lia a mesma palavra em laranja salmão. As fotos eram dos rostos dos meninos e tinham as mesmas paletas de cores: tons alaranjados e roseados de um bar levemente chique. Os rostos eram parecidos também: cabemos cabelos curtos com topete, lisos e castanhos escuros. Eram do tipo que eu chamaria de quase-bonito-castor. Tenho certeza que a palavra virgem aparece porque estive ouvindo 'venus as a boy' da Björk - ela representa a harmonia e a beleza de Afrodite e não virgindade.

17 de fevereiro - soneca de tarde ouvindo Cao Fang (cauchemardesque)

eu sonhei que eu tava fazendo alguma coisa não lembro exatamente o que mas eu tive algumas alguma lucidez nesse sonho daí eu lembro que eu comecei lembro agora que eu tava na casa e eu andava nessa casa e eu me liguei que era um sonho e daí eu lembro que eu cheguei numa porta e nessa porta eu olhei por essa porta e vi a noite e vi criaturas passando lá fora e era bem assustador e eu pensei tá isso é um sonho? e eu não quero transformar ele num pesadelo eu posso transformar ele em coisas bacanas e eu tentei e não rolou e daí eu continuei e aí eu encontrei um quarto eu tava nessa casa e voltei correndo encontrei um quarto escuro aí eu entrei nesse quarto e eu pensei tá bom então se é uma coisa ruim que tá nesse sonho então eu vou mergulhar nela pra ver o que acontece e daí eu fiquei andando nesse quarto e andei andei andei e vieram e era totalmente preto escuro e eu comecei a ver criaturas e todas elas eram parecidas com porcos corpos nus de humanos parecendo porcos com pintos enormes suados e eu peguei neles e andava e eu tateava por tudo e eu só via esses porcos e eu tive vontade de ficar com eles de abraçar eles e de ficar ali com eles eu tive essa vontade e daí eu me liguei que não! que não eu não tenho que ficar com esses porcos eu tenho que- eu não posso ficar com eles eles são horríveis daí eu fui e continuei indo e continuei indo e tateando tudo até que eu vi que não tinha o que fazer daí eu só fechei os olhos quando eu abri eu tava numa sala que parecia ser uma sala de creche e tinha eu tava sozinho nela e já era de manhã e ou de dia assim já tinha clareado eu senti que eu tava no mesmo quarto sei lá e eu vi que as paredes todas tinham desenhos assim de pintados com guache que nem eles têm assim nas escolas infantis tipo creche e daí esses desenhos eram só árvores muitas árvores com fundo azul de céu e tinha todas essas criaturas todas elas tavam assim me olhando de um lado num tipo com três paredes elas tavam me olhando e uma parede não tinha elas e numa parede tinha pessoas e mãos pessoas com a pele muito branca e cabelos cacheados os caras muito estranhos e com umas mãos apontando pra alguns lados e daí eu espantei todos esses bichos eu falei saiam saiam saiam e daí eu corri pra eles e de repente todos eles sumiram assim essas criaturas e só ficaram essas pessoas dessa única parede daí eu voltei pra parede tentando descobrir o que que a parede queria me dizer voltei correndo pra ela e fiquei tentando ler ela e ver o que que esses caras tinham e eram só rostos de pessoas assim com corpos meio nada a ver o azul do céu se misturava com o branco dos corpos e tinha uma frase escrito volte a ser o que você quer ser com o símbolo de zeus acho que zeus ou júpiter marte símbolo do masculino colado numa letra tava escrito meio perdido assim em guache preta perto do grupo de caras assim volte a ser o que você quer ser daí eu acordei

18 de fevereiro - soneca de tarde 

por alguma razão eu deveria ir a Portugal porque minha irmã precisava ir pra Passo Fundo - RS. Antes de ir pra Portugal, no entanto, liderei uma performance em dança contemporânea ou algo assim num auditório onde se homenageava um morto. Muitas pessoas dançaram comigo e foi tudo 100% no improviso. Depois de performar, fui pra Portugal e encontrei no aeroporto uma carteira com documentos de chineses intercambistas do PPE que estavam lá antes de mim. Durante toda a viagem, o dever de devolver essa carteira me assombrou, e não lembro se cheguei a devolvê-la. Algo que me assustava sobre essa carteira é que ela continha autorizações minhas ou afirmações minhas ou documentos relacionados a mim - documentos que atestavam de alguma forma que esses chineses não estavam mentindo sobre serem chineses. Em Portugal, caminhei sozinho pelas ruas, explorei o subúrbio que mais parecia Capão da Canoa - RS. Em algum momento, cheguei numa praia azulíssima e homens que pareciam Os Tincoãs cantavam sambas incríveis que me fizeram sentir uma energia de vida impressionante. Gravei lá um vídeo.

Perguntei aos portugueses por que diabos eles não tomavam banho de mar e eles me responderam rindo. No meio de tudo isso uma ansiedade: e minha irmã, que deveria ir pra Passo Fundo e não foi? Será que ela sabe que estou em Portugal? Busco ela em Passo Fundo? Qual vai ser a logística???? Encontrei daí um amigo da minha irmã (não lembro exatamente o nome dele mas acho que tinha algo com Lucas????) e conversamos coisas muito desconexas porque afinal de contas ele estava nu na praia e isso me constrangeu e eu só queria sair dali. Acabei mais tarde encontrando outros chineses que me deram o endereço de onde estavam os chineses donos da carteira - na minha cabeça, essa pendência se resolvera porque no dia seguinte eu encontraria o tal endereço e devolveria os documentos. A pendência da viagem da minha irmã em função do morto ou algo assim, no entanto, permanecera até eu acordar, quando me dei conta de que ela não iria a Passo Fundo porque neste momento, no mundo real, ela está viajando com seu namorado em Santa Catarina.

19 de fevereiro - soneca de tarde (cauchemar) 

sonhei que eu tava. eu entrei em casa junto com. era uma casa enorme e eu era uma criança. tinha uns dez anos. e
então eu entrei nessa casa com várias meninas - eram várias. parecia ser um filme dos anos 80. essa casa era enorme e ela tinha. ela era como se fosse um quadrado assim era uma mansão em quadrado. que eu podia dar a volta assim correndo. e eu era uma criança com. trajes de super-herói de criança assim. uma criança que gostava de ser super-herói e sei lá eu tinha {ininteligível} esse personagem principal que era essa criança que tinha essa traço de super-heroísmo. e parecia que tinha um vilão. alguém muito malvado por trás de tudo isso. alguém que usava olhos pintados no chão.
Os olhos pintados no chão pareciam os que as
criaturas do clipe Spacer Woman, do Charlie, tinham.
 alguém muito malvado tentando brincar com isso. e. a brincadeira da vez - pelo que eu entendi era como se o filme acontecido em alguns minutos e eu peguei ele no meio - era que todos os utensílios domésticos da casa iam explodir. todos os utensílios tecnológicos que de alguma maneira usassem eletricidade iam explodir. e todas as meninas - as sei lá 12 eu to chutando mas eram várias? não sei quantas - elas começaram. eram amigas como se fosse sei lá uma noite delas ali na casa rolando. tipo é como se tivesse recém chegado da escola junto com elas, com minha irmã mais velha que trouxe várias amigas. elas começaram a usar. a se espalhar pela casa utilizando utensílios tecnológicos. domésticos. e daí. e daí a câmera seguia cada uma delas e cada uma delas ficava usando essas coisas de maneira muito descompromissada. e a câmera te fazia perceber como elas iam morrer caso aquilo explodisse ou desse alguma coisa ruim.
e tipo eram coisas bem idiotas assim tipo sei lá olhar num microscópio eram umas coisas nada a ver assim. todas elas iam morrer de maneira muito trágica. e aquilo começou a me deixar com pânico e a criança começou a correr. a criança ou eu/sei-lá. ela começou a correr pela casa nesse quadrado assim que era a casa era como se fosse uma mansão que podia dar a volta em forma de quadrado se tu olhasse a planta. e daí eu comecei a dar voltas e voltas pra tentar descobrir onde que eu conseguia desligar tudo e tentando avisar todo mundo e daí eu só cheguei num canto assim uma hora que ficava no lado nor. noroeste. da casa. e daí eu puxei uns fios assim e tudo apagou bem antes de todo mundo sofrer uma tragédia e várias pessoas morrerem ao mesmo daí eu falei com a minha? mãe no filme sei lá e ela disse que ah os fios era só ir ali não-sei-o-quê e tudo seguiu de forma normal assim até que eu subi numa parte de cima do prédio. ficava bem em cima de onde eu tinha desligado tudo. tinha dois olhos no chão assim. é como se nessa hora eu lembro que era como se eu tivesse voltado a olhar o filme desde o começo então eu tava em cima disso e não sabia de nada do que aconteceria depois. e. eu lembro que eu tava em cima desse lugar - que era como se fosse um terraço. e a minha mãe me disse desce pra gente ir pra escola. aí eu desci correndo. desci de uma maneira meio parkour tipo não peguei as escadas desci por fora. pulei uns lugares. porque eu era uma criança com traços de super-heroísmo como eu já disse. e eu desci correndo e dei a volta nessa nessa nessa mansão quadrada assim correndo muito. escorregando as meias. sei lá. uma coisa bem aventuresca assim. e entrei na cozinha. e daí eu lembro que alguém comentou comigo. alguém que não tava olhando o filme. tipo. vocês viram isso? aí eu ai meu deus eu não vi, volta. daí voltaram a cena onde a criança entrava na cozinha pra falar com a mãe e antes disso andava no corredor. esse corredor parecia muito a minha casa em Niterói em 2000 e sei lá 2004 primeiro lugar onde morei que era um corredor longuíssimo assim que eu andava correndo. e a cozinha também. enfim. enquanto a criança andava por esse corredor tinha um. um pano de seda. estendido. um pano de seda vermelho estendido no. sei lá. estendido pegando vento no meio do corredor como se fosse uma coisa meio deslubrante assim. e esse pano se deslocava assim. da esquerda pra direita. como se fosse um movimento natural que ele fizesse sempre. e conforme a criança andava da esquerda pra direita atrás desse pano se tu olhasse bem. tu ia ver que tinha um homem. olhando de maneira muito maligna pra criança. então eu tipo meio que descobri assim ó muito secretamente antes de acordar. e ele era muito assustador.

20 de fevereiro - tarde de sono comum 

nesse sonho eu tava. na escola que era exemplar assim. e a minha professora parecia a Hillary Clinton. na verdade agora falando eu lembrei que a minha professora. e que tinha ido pra Austrália na vida real assim eu lembro disso. eu tenho esse dado. e agora voltou e ela tá postando coisas da Austrália nas redes sociais. e todo mundo chama ela de Sidney. quer dizer, no meu sonho as pessoas chamavam ela de Sidney mas ela realmente foi pra Sidney na vida real. tava tendo aula com ela. e daí depois eu fui liberado pra ter. pro recreio. ou algo assim.
daí no recreio eu lembro que tinha uma parte da escola que era muita grama. era um gramado assim. bem longo. e. tinha dois caras lá. dois caras velhos. eles não eram. um era da escola eu acho. lembro que eles tinham alguma ligação com o governo. e tudo parecia uma série de humor americana. os caras pareciam muito americanos tudo parecia americana. a escola enorme. grama homogênea e tal. e daí. eles ficavam procurando plantação de maconha na escola. e de fato tinha um lugar onde tinha uma plantação de maconha. e eu lembro que eu deixei meus óculos perdidos. eu tirei eles por um momento e eles ficaram flutuando assim no chão. e eu lembro que isso foi uma preocupação que eu tive assim eu fiquei deixei meu óculos ali e fui fazer algumas coisas. mas eu sempre que tive que olhar pra ele assim onde ele tava quase perdi ele. não vi onde ele tava direito. alguém me disse pega o teu óculos! daí eu tive que pegar meu óculos de novo ficar. e basicamente o que esses dois caras tavam fazendo era procurar beck. e eles acharam plantação e colocaram várias redes. várias. como se fizessem uma estufa. fizeram uma estufa. muito rápido. e tu podia andar pela estufa. e. aí eu lembro que eles foram colocando essa estufa mas foram pisando nas plantações. e ficou bem pouquinho assim. sobrou muito pouco. e. e eles ficavam lá e tal. só que daí. eu lembro que a gente foi pra frente da escola. era o fim de alguma coisa. a gente deveria saí de lá. não lembro se era o fim do. fim do expediente. acho que era a hora de voltar pra casa mesmo. não sei. a gente tava saindo da escola e um desses caras falou que queria voltar pra lá. voltar pra parte de beck. aí eu falei por quê e ele respondeu que as meninas eram muito gostosas as garotas eram muito gostosas ou algo assim. e eu acordei.

25 - 26 de fevereiro - dormindo na casa do cara de Áries

高黑 me esperava na rodoviária onde cheguei de patinete era na China e parecia na rodoviária de Brasília. Ele tinha dormido lá no chão mesmo e tinha perdido o celular e o cartão nas estruturas do prédio. Eu ajudei ele a recuperar esses bens e depois olhei as matches no tinder dele.
*
Fui na casa do 天乐 no quarto dele que era bem diferente do que eu conhecia e ficamos lá juntos conversando. Eu sentindo muito amor por ele. Ele tentando me entender. Não estávamos voltando nem nada mas eu sentia muita vontade de ficar junto dele. Ele tinha um ratinho e a cômoda dele tinha vários objetos pequenos como ele de fato tem na vida real. Acho que eu perdi esse rato.
*                        
O quadro de uma mulher era amaldiçoado e essa mulher saía do quadro aos poucos e todo mundo tinha medo. Isso acontecia na minha casa. A minha mãe tinha morrido e eu precisava vestir uma roupa social pra ir no enterro dela. Eu tentava pensar nela como um ser humano é fiz assim analogias com o 天乐 mas eu não conseguia evitar o sentimento de alívio ou indiferença pela morte dela. Essa mulher que saía do quadro eu acho estava envolvida nessa morte e tinha uma relação com o meu padrasto.
*                        
Eu ia pras aulas da Letras e também tinha aulas de sistemas de computadores. Essa última eu simplesmente não entendia. Depois eu tentava conversar com a prof de francês pra tentar mudar de nível porque eu achava a aula muito básica. Flashes do campus que não era o vale e me lembrava em partes o campus do IF Canoas.

26 - 27 de fevereiro - dormindo em casa em Canoas

sonhei que eu tava num rolezinho num lugar bem distante de porto alegre. que foi difícil de chegar. esse rolezinha tinha muita. era um pessoal da arquitetura. era um rolezinho que eu fui com o 天乐. tava me acompanhando em várias conversas. teve uma. tinha uma menina. a última conversa que eu lembro é que tinha uma menina que tava falando que ela era professora de inglês mordi a nuca dela de raiva e daí eu fiquei super puto falei não eu sou professor de verdade. a gente começou sobre método de ensino. ela falou que ela fazia plano de ensino. e tal. acabei me surpreendendo vendo que ela era uma prof massa. enfim. foi isso.

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Sobre o Autor

Gosta de línguas, reflexões introspectivas, UTAU/Vocaloid, discussões sobre gênero e sexualidade, do céu e de fazer da vida alheia um bordado de renda (de chita filó).

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